Cristiane Luz
Os dias correm na velocidade da luz, um após o outro, como cartas de baralho em um jogo de canastra.
O tempo anda muito rápido, tudo tem que ser para ontem. Estamos perdendo tempo ou ganhando tempo?
Andando pela rua, eu observo, nas calçadas, as pessoas andando apressadas, o trânsito intenso. Então, me pergunto: por que tanta pressa?
Queria ter um aparelho ou aplicativo que, por exemplo, quando eu chegasse em casa, apenas o ligaria com meu controle remoto e assistiria como foi o meu dia: algumas situações que deixei escapar, para não acontecer novamente, ou, ao contrário, desejando que se repita no dia seguinte.
Ou, quem sabe, no meu próprio aparelho celular, ao rolar meus dedos sobre a tela, pudesse manifestar o meu desejo de retornar para aqueles segundos, horas ou, talvez, anos passados.
Às vezes, após acontecimentos vividos, perdemos a lembrança das reações sentidas. E se, ao menos, pudéssemos ter a máquina do tempo tão famosa dos filmes de aventura?
O tempo. Não conseguimos mais tempo para sorrir, não temos mais tempo para chorar as nossas decepções, sem tempo para amar, sem tempo para lembrar...
Houve um tempo em que a nossa única preocupação era pedir um tempinho a mais para brincar. E, sobre as lições do colégio, tínhamos tempo para fazer até o finalzinho de domingo. Naquele tempo, ficar um pouquinho a mais na cama não ia fazer a diferença porque a nossa mãe estava sempre lá como nosso despertador.
O tempo...
Precioso tempo. Rebelde por natureza, não escuta ninguém, apenas passa desapercebido por entre nossas mãos.
E, como versejou nosso querido poeta Mario Quintana, em seu poema “O Tempo”:
“[...] A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 06 horas!
Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Se fosse me dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará...”
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